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Publicado em 03/12/25

Correção do solo na pecuária

O passo que define a produtividade das pastagens na sua fazenda

Correção do solo na pecuária

1. Por que esse tema importa agora (e para quem ele realmente importa)

Dezembro é o mês em que muitos pecuaristas olham para a fazenda e percebem um padrão incômodo:
pastagens abaixo do potencial, capim mais ralo do que deveria estar nesse início das águas, ganho de peso irregular e necessidade crescente de suplementação.

A verdade?
Na maioria das fazendas, o solo está limitando o desempenho — e ninguém resolve o problema na raiz.

Esse artigo é para:

  • Gestores de fazendas que querem aumentar lotação sem depender de adubo caro.

  • Técnicos e agrônomos que precisam de argumentos sólidos para convencer o produtor a investir corretamente.

  • Sucessores sem formação técnica, que querem entender por que a fazenda “não vai pra frente” mesmo com bom manejo de pasto.

  • Fazendas do Cerrado e regiões tropicais, onde a acidez e a baixa fertilidade são regra — e não exceção.

Se você quer entrar em 2025 com pastagem mais forte, mais estável e com maior capacidade de suporte, este é o ponto de partida.

2. A verdade crua: solos ácidos estão destruindo produtividade — e quase ninguém admite

Vamos direto ao ponto:
mais de 60% das pastagens brasileiras têm solos ácidos ou degradados, segundo estudos recentes.

E o que isso significa na prática?

  • Raiz curta → planta superficial → baixa tolerância ao estresse → seca mais rápido

  • Nutrientes travados → adubo desperdiçado

  • Capim fraco → lote reduzido

  • Mais suplemento → mais custo

  • Menor ganho de peso → menor margem

  • Mais brotação de invasoras → mais gasto com controle

E o pior, muitos pecuaristas acreditam que o problema é “falta de adubo”, quando na verdade o adubo está sendo JOGADO FORA porque o solo não está corrigido.

É a mesma coisa que colocar ração premium em cocho quebrado.

O mito mais nocivo?

“Se adubar resolve, para que corrigir solo?”
Falso.
Sem calagem e gessagem, parte do adubo se perde e o resto não funciona como deveria.

3. O núcleo técnico: o que realmente determina se o solo vai produzir ou não

3.1. O papel do calcário

  • Eleva o pH do solo

  • Reduz alumínio tóxico

  • Aumenta disponibilidade de fósforo

  • Melhora atividade biológica

  • Aumenta crescimento radicular

📌 Meta técnica: pH entre 5,5 e 6,2 para pastagens bem nutridas.

3.2. O papel do gesso agrícola

  • Atua em profundidade (20–40 cm)

  • Reduz alumínio tóxico no subsolo

  • Aumenta penetração das raízes

  • Aumenta resiliência à seca
     

📌 Quando usar: teores de cálcio baixos e alumínio alto no subsolo.

3.3. Fertilizantes: só funcionam bem quando o solo está corrigido

  • Nitrogênio, fósforo e potássio têm eficiência ampliada em solos corrigidos.

  • Em solos ácidos, até 40% do fósforo pode ser fixado e perdido.
     

O diagnóstico que ninguém faz (e deveria):

Para cada talhão, responda:

  1. pH está abaixo de 5,2?

  2. Saturação por bases < 50%?

  3. Alumínio trocável > 0,5 cmolc?

  4. Cálcio no subsolo está baixo?

  5. Pastagem perde vigor no veranico?

Se ≥ 2 respostas forem SIM, a correção do solo é uma prioridade urgente.

4. Quando aplicar cada insumo — mapa de decisão para produtor

Cenário 1: Solo muito ácido, pastagem fraca, pouca raiz

Correção necessária:
➡️ Calcário (alta prioridade)
➡️ Gesso opcional (dependendo do subsolo)

Por quê: sem corrigir, nada mais funciona.

Cenário 2: Solo com pH razoável na camada superior, mas raiz superficial

Correção necessária:
➡️ Gesso agrícola (alta prioridade)

Por quê: melhora profundidade radicular e reduz impacto de veranicos.

Cenário 3: Pastagem boa, solo corrigido recentemente, mas baixo vigor

Correção necessária:
➡️ Fertilizante pensando em estratégia de lotação/mergulho

Por quê: aqui adubação vai responder bem, pois o solo já está corrigido.

Cenário 4: Fazenda com solo misto (bons e maus talhões)

Correção necessária:
➡️ Priorizar talhões críticos
➡️ Corrigir primeiro, adubar depois
➡️ Implementar rotação de investimento

Por quê: retorno marginal de corrigir área ruim é maior do que adubar área boa.

5. Passo a passo simples e prático — para produtor aplicar de imediato

1. Faça análise de solo de cada talhão

Sem análise = chute.

2. Calcule a necessidade real de calcário

Use critério de saturação por bases (V%).
Meta: 50% a 60% para pastagens.

3. Escolha a granulometria correta

Quanto mais fino, melhor a reatividade (PRNT alto).

4. Planeje gessagem onde fizer sentido

Cheque o alumínio e o cálcio do subsolo.

5. Ajuste a estratégia de fertilização

  • Nitrogênio = para intensificação

  • Fósforo = essencial para raízes e perfilhamento

  • Potássio = para vigor e resistência

6. Reavalie o solo a cada 2 anos

Pastagem é sistema vivo. Ignorá-la = perder dinheiro.

6. Estudo de caso real — exemplo prático

Fazenda: 320 ha – Região de cerrado – recria intensiva
Problema: pastagens fracas, lotação baixa (0,8 UA/ha), alta dependência de suplemento
Diagnóstico:

  • pH 4,7

  • V% = 38%

  • Alumínio alto

  • Pastagem com raiz superficial

Intervenção:

  • 2,5 t/ha de calcário PRNT 90

  • 1,2 t/ha de gesso agrícola

  • Ajuste de manejo pós-correção

  • Adubação apenas após 90 dias

Resultados em 12 meses:

  • V% subiu para 56%

  • Aumento de raiz em profundidade

  • Lotação saltou para 1,3 UA/ha

  • Redução de 22% no custo com suplementação

  • Ganho médio por animal subiu 14%

  • ROI estimado da correção: 3,4x em 12 meses

📌 Lição: corrigir primeiro, adubar depois — sempre.

7. Plano de ação em 72 horas

Hoje

  • Separe os talhões e identifique áreas críticas.

  • Reúna análises de solo (ou programe coleta imediata).

Amanhã

  • Calcule doses de calcário e gesso por talhão.

  • Estabeleça uma ordem de prioridade técnica e econômica.

Em 72 horas

  • Planeje aplicação considerando logística, janela climática e operação.

  • Defina estratégia de manejo pós-correção.

8. Onde a Precisão Agro entra (sem vendedorismo)

Se você quer transformar esse diagnóstico em resultados concretos em 2025, a equipe técnica da Precisão Agro pode ajudar com:

  • Correção de solo talhão a talhão

  • Planejamento forrageiro completo

  • Manejo e nutrição baseados em indicadores

  • Acompanhamento técnico contínuo

  • Metas de lotação, ganho por área e retorno econômico
     

➡️ Solicite uma avaliação técnica inicial da sua área.
Sem compromisso — apenas clareza sobre o que está travando a produtividade da sua fazenda.

Por André Ferro

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